quinta-feira, 6 de maio de 2010

O marketing também atua na musica !


Sabe o que Evanecence, Arctic Monkeys, U2, Lily Allen e Marisa Monte têm em comum?

Todos estes artistas (ou marcas) são frutos de apuradas campanhas de marketing.

Sucesso é o que todo mundo quer. Para você ligado à música, o sucesso tem um sabor especial, um sentido que ultrapassa o mero sucesso empresarial. É a glória de espalhar sua mensagem para milhares de ouvintes que o terão como referência cultural.

Marketing musical ganha afinação digital

Antes da aurora da era digital, o marketing e a promoção de músicas giravam em torno de conseguir que as canções fossem executadas pelas rádios, pela MTV, e que recebessem boas críticas. Mas o jogo mudou dramaticamente. Diversos artistas fecharam acordos com empresas de Internet e operadoras de telefonia móvel que se tornaram parceiras no lançamento de álbuns em troca dos direitos de venda de download de áudio e vídeo das canções incluídas.
Enquanto a indústria fonográfica sofre declínios de vendas e se vê forçada a reavaliar seus modelos de negócios, uma área que se beneficia do processo é o marketing, onde os custos vêm sendo cobertos pelos novos parceiros no setor de tecnologia.

"As verbas totais de marketing podem ter se mantido ou não, mas o dinheiro não sai mais apenas dos cofres das gravadoras. Há muitos novos parceiros que desejam conteúdo exclusivo e estão dispostos a pagar por ele", disse um executivo do setor de música.

Para a campanha multimilionária de marketing que marcou o lançamento de Confessions on a Dancefloor, o mais recente álbum de Madonna, a cantora lançou o single Hung Up como ringtone antes de a canção chegar às rádios, em outubro, a primeira ocasião em que isso acontece no caso de uma estrela da estatura de Madonna.

Fontes familiarizadas com a indústria fonográfica dizem que as operadoras de comunicação sem fio estão particularmente dispostas a investir seu dinheiro em bandas e cantores quentes. À medida que cai o preço das ligações em celular, as operadoras procuram por novas fontes de receita, como transmissão de dados e serviços avançados, incluindo downloads de música e ringtones.

As operadoras de telefonia móvel consideram que conteúdo, especialmente exclusivo, como uma nova canção, é essencial para ampliar suas receitas e atrair novos clientes. Adam Klein, vice-presidente de estratégia e desenvolvimento da EMI Music, parte do EMI Group, disse que a Verizon Communications investiu "soma considerável de suas verbas publicitárias" em um dos grupos da EMI, o Yellowcard, para lançar um serviço que permite que consumidores baixem música diretamente para celulares.

O mercado para vídeos musicais, visto primariamente como ferramenta de marketing, também mudou significativamente. Depois de fornecer vídeos gratuitamente para a MTV e outros veículos por anos, as gravadoras estão agora recebendo receitas provenientes da venda de vídeos para a Internet, TV a cabo, satélite e serviços móveis sem fio.

"Os vídeos ganharam importância como um ativo e forma de garantir receita. Estamos vendo as pessoas investirem em sua produção, em vez de cortarem os fundos, como era feito antes", afirma Klein. Apesar disso, o tempo de divulgação nas rádios ainda é considerado chave para alavancar as vendas, mas mudanças tecnológicas e econômicas e um processo recente movido pelo promotor público de Nova York, Eliot Spitzer, que descobriu corrupção envolvendo lançamento de músicas nas rádios, levou a uma reavaliação dos métodos tradicionais de marketing no setor.

"Eu diria que as mudanças apenas começaram. As gravadoras ainda se preocupam bastante com os gráficos de tempo de execução nas rádios, mas esta já diminuiu. Elas estão aprendendo que há outras maneiras além da tradicional promoção de música", disse Dave Beasing, da Jacobs Media, consultoria na área de rádio.

Segundo Beasing, algumas empresas já aceitaram o fato de que as gravadoras estão se voltando para as comunidades de Internet, como a Myspace.com, da News Corp, e lançando músicas como ringtones para criar um burburinho antes das rádios. "No passado, isso poderia não ser bem visto pelas rádios, que sempre quiseram ser os primeiros a tocar e lançar uma música, mas agora elas preferem ser conhecidas por tocar boa música em vez de todas as músicas", explicou ele.

Rádios cujas transmissões não utilizam satélite estão atualizando seus sistemas para serviços de alta definição e expandindo sua presença em outros meios, como a Web, para competir num mercado em mutação. "O comportamento do consumidor mudou. Ouvintes não selecionam suas músicas somente pelo rádio e pela televisão. Eles estão passando cada vez mais tempo online e em aparelhos como o telefone celular. Estamos garantindo que nossas marcas alcancem esses ouvintes de diversas maneiras", disse Evan Harrison, coordenador da Divisão de Rádio e Música Online do Clear Channel, a maior operadora de rádio dos Estados Unidos.

Harrison, que já trabalhou na AOL, buscou ampliar as marcas das estações locais da Clear Channel fornecendo conteúdo exclusivo e original online sob-demanda e uma série de concertos para a Web ¿ colocando na Internet artistas novos ou pouco conhecidos e divulgando álbuns esperados antes da data de lançamento, além de programas matutino, vídeos e podcasts.

Segundo ele, essa estratégia contribuiu para que novos artistas aumentassem sua audiência e criou expectativa por novos lançamentos. As vendas digitais de músicas mais que dobraram em 2005 nos Estados Unidos, para 352 milhões, enquanto que as vendas de CDs caíram 7%, segundo dados da Nielsen Soundscan.


Fonte: www.tecnologia.terra.com.br